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História

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Uma breve história do Queijo Minas Artesanal

   O rebanho bovino foi introduzido no Brasil pelos colonizadores portugueses no início do século XV. Com a descoberta de metais preciosos nas regiões interioranas, principalmente em Minas Gerais, houve migração de muitas pessoas para estas regiões, e junto com elas o gado foi introduzido como fonte de alimento e também para tração. Assim, iniciou-se a produção de queijos que, para alguns autores, teve como referência o produzido em Serra da Estrela, em Portugal, feito a partir do leite de ovelhas e coagulado com a flor de cardo. No entanto, o queijo artesanal produzido nos Açores, na Ilha de São Jorge, de colonização portuguesa, tem mais semelhança com o queijo artesanal produzido em Minas, uma vez que lá ele é elaborado a partir do leite de vaca cru e coagulado com coalho animal.

   Na região da Zona da Mata de Minas Gerais, durante o período minerador existiam vários caminhos, oficiais ou não, que faziam o escoamento do ouro e outros produtos para a Capitania do Rio de Janeiro. A região funcionou como uma barreira natural aos desvios e contrabandos do ouro, tanto por ser coberta de densa vegetação de Mata Atlântica, quanto pela presença de tribos indígenas, não interessando à Coroa Portuguesa promover o seu desenvolvimento econômico e social. O caminho que primeiro ligava Minas Gerais ao litoral do Rio de Janeiro,  era longo e inseguro, e não eram incomuns, em sua extensão, assaltos e assassinatos. Em fins do século XVII, com o objetivo de abrir um caminho mais curto e seguro, a Coroa contratou Garcia Rodrigues Paes para a construção de uma nova estrada que viria a chamar-se “Caminho Novo”.  Por volta de 1709, foi possível o trânsito regular de tropas de animais por esta nova estrada, facilitando o escoamento do ouro, dos diamantes e de produtos variados, a exemplo dos toucinhos e queijos, e propiciando a entrada de manufaturados europeus e de um enorme contingente de homens escravizados.

   Apesar de não podermos determinar quando teve início a comercialização do queijo em Minas Gerais, documentos oficiais indicam que ela remonta ao  século XVIII,  incluindo a região do Caminho Novo e suas variantes, aqui considerada a região “Serras da Ibitipoca”.  Desde a abertura dessa estrada, inúmeras sesmarias foram distribuídas em seus arredores, e outros tantos indivíduos ocuparam terras por posse. Desenvolveu-se em suas proximidades número considerável de ranchos e roças, gerando uma economia de alimentos de significativa importância (milho, arroz, feijão, aguardente e queijo).Esses gêneros eram vendidos ao grande número de tropeiros que trafegavam pela região e eram exportados para suprir as necessidades do Rio de Janeiro.

   A agricultura e a pecuária, introduzidas  na região durante o período minerador, para abastecimento das famílias, se fortaleceram e se tornaram a principal fonte de renda após se exaurir a atividade aurífera, permanecendo até os dias atuais.  Com o desenvolvimento da industrialização a produção artesanal reduziu e os produtores de leite passaram a vendê-lo para as cooperativas, que juntamente com as indústrias se instalaram no país de forma concentrada, sendo que o maior número está presente nas regiões Sul e Sudeste. Mal distribuídas sob o ponto de vista espacial, a menor presença das mesmas em regiões montanhosas e de mais difícil acesso propiciou a permanência a produção do queijo artesanal.

Serras da Ibitipoca:

   Antônio Henrique Duarte Lacerda, diretor do Arquivo Histórico da Prefeitura de Juiz de Fora e Doutor em história, defende a região “Serras da Ibitipoca” como a maior produtora de queijo artesanal do estado no período Colonial, Imperial e início da República. Segundo ele, outras localidades, também tradicionais na produção do queijo, devido à distância até os portos do  Rio de Janeiro, tornavam a exportação do produto  oneroso e inviável. Eram regiões consumidoras e não produtora de alimentos, devido mesmo à exploração de metais preciosos.

   A comercialização de queijos de minas na região “Serras da Ibitipoca” era próspera até fins do Séc. XIX, quando chegou a industrialização. Se as Indústrias facilitaram o escoamento da produção, por meio do trem de ferro, elas também impactaram negativamente as pequenas produções, com a implantação do modelo serial  e mecanizado, o qual substituiu instrumentos, técnicas e processos de produção.

   No dia 20/11/2020 a Serras da Ibitipoca foi a 8ª região do estado identificada como produtora de Queijo Minas Artesanal.

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